Pesquisa Clínica e Medicamentos.
Os avanços obtidos nos últimos 40 anos na pesquisa de novos medicamentos são inquestionáveis. Além de aumentar significativamente a variedade de substâncias disponíveis, trouxeram alívio ou cura para várias doenças. O período de maior crescimento no volume de pesquisas ocorreu entre os anos 1940 – 1970, fase em que as ciências farmacêuticas observaram importantes mudanças em seu contexto.
Até o século XVIII, a pesquisa científica era uma atividade eminentemente amadora e, a partir da segunda metade do século XIX, passou a dispor de métodos partilhados e reconhecidos como válidos por uma determinada comunidade de detentores do saber, tornando-se, assim, uma atividade acadêmica realizada nos grandes centros de estudo universitários. Mas é no século XX que se dá a grande fusão entre universidade e indústria, formando o complexo científico-industrial-tecnológico. Neste processo, a pesquisa clínica, e em especial os ensaios para o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos, preventivos e terapêuticos, tornaram-se, definitivamente, uma atividade industrial (Garrafa; Lorenzo,2009)
Da botica à era da industrialização dos fármacos.
Até o final dos anos 1920, os medicamentos eram preparados no interior das boticas, as Farmácias da época. O Farmacêutico tinha como principal atribuição a manipulação de fórmulas farmacêuticas. Com o advento da penicilina, em 1928, e principalmente após a produção em larga escala dos antibióticos, à partir dos anos 1940, ocorreu um movimento natural de industrialização dos medicamentos, conforme destacamos na figura 1.
Fig.1 – A era da industrialização dos fármacos.